Conselho de Contabilidade traduz contas da União para leigos

O Brasil enfrenta imensas dificuldades para sair da pior recessão da sua história, com inflação alta ao mesmo tempo. Por isso, 10 entre 10 especialistas que entendem de contas públicas dizem que não dá mais para postergar um ajuste de contas, ou seja, o ajuste fiscal, que significa o setor público gastar somente o que é possível, sem extrapolar o que arrecada. Por isso a necessidade da PEC dos gastos e da reforma da Previdência. O controle deles permitirá a volta do crescimento. Para ajudar as pessoas a entender, de forma simples, as contas públicas nacionais, o Conselho Regional de Contabilidade (CRC/SC) acaba de divulgar em seu site os principais números das receitas e despesas públicas de 2015 no espaço Contabilizando para o Cidadão. Segundo o presidente do conselho, Marcello Alexandre Seemann, é uma iniciativa semelhante à anterior, que mostrou os principais números dos 16 maiores municípios catarinenses. As receitas do ano passado alcançaram R$ 1,667 trilhão e as despesas, R$ 1,757 trilhão. Nesses números considerados, o déficit supera R$ 90 bilhões.

A arrecadação per capita de impostos e outras remunerações para o governo federal no ano passado alcançou R$ 8. 153,91. O cálculo considera a população estimada do país, de 204,4 milhões de habitantes. Os impostos de renda, sobre produtos industrializados e sobre operações financeiras (IOF) arrecadaram R$ 445 bilhões, respondem por 26,7% da receita total da União que, no ano passado, chegou a R$ 1,667 trilhão. Em segundo lugar, os regimes gerais e do setor público da Previdência, com R$ 358 bilhões, 21,5% do total. O PIS, Cofins e CSLL respondem por R$ 316,8 bilhões, 19% do total e as operações de crédito (empréstimos e financiamentos), R$ 252 bilhões, 15% do total. Há outras fontes menores de receitas da União.

Quanto às despesas, a maior foi com pagamento de inativos e pensionistas do regime geral de previdência, R$ 428,8 bilhões (24,4% do total). A aposentadoria dos servidores públicos (inativos e pensionistas) saiu R$ 100,7 bilhões (5,7%). A segunda maior dívida ano passado foi com amortização e juros, R$ 409,3 bilhões (23,3%). O custeio e manutenção da máquina pública somou R$ 287,1 bilhões, 16,3%. Veja mais no www.crcsc.org.br.

 

Fonte: Diário Catarinense